quinta-feira, 13 de julho de 2017

Condenação de Lula e provável “absolvição” de Temer terão influência decisiva nas montagens no Maranhão





A condenação do ex-presidente Lula da Silva (PT) e os sinais claros de que o presidente Michel Temer (PMDB) caminha para se safar – pelo menos em princípio – das acusações que lhe pesam sobre os ombros rascunham um cenário em que o desfecho das duas mega encrencas terá influência decisiva na corrida sucessória do Maranhão. De um lado, a situação futura do ex-presidente Lula poderá nortear a caminhada do governador Flávio Dino (PCdoB), e com ele o momento que lidera e que reúne as condições de permanecer no poder. Do outro, o desfecho da berlinda em que se encontra o atual presidente será decisivo para o futuro político e eleitoral da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), cujo grupo poderá se recompor e voltar ao poder ou ser varrido de vez da política maranhense. O fato é que nenhum dos dois sairá incólume, para o bem ou para o mal, dessa crise. O Maranhão terá, mais uma vez, uma participação diferenciada em mais um momento crucial do tenso e imprevisível processo político e eleitoral que vem afetando o Brasil desde a deflagração da Operação Lava Jato, com a prisão do doleiro Alberto Yousseff, em São Luís, na noite de 17 de março de 2014.
A partir de agora, o governador Flávio Dino terá de trabalhar com dois cenários. O doméstico, no qual o roteiro é cuidar de sua reeleição, alimentando, assim, o projeto de permanência no poder do movimento que lidera, podendo também vir a ser candidato a senador, de modo a fortalecer a participação formal da esquerda no processo político via parlamento. E o nacional, para o qual poderá ser levado, seja como candidato a vice-presidente numa chapa liderada por Lula, caso o ex-presidente sobreviva à guilhotina política que poderá resultar da condenação, ou até como candidato a presidente se Lula for politicamente guilhotinado.
No plano doméstico, o governador vai aos poucos criando e consolidando as condições de partir para a reeleição sem maiores problemas. Lidera um Governo até aqui sem mácula no plano ético e administrativamente produtivo e inovado, e que conta com uma base, se não inteiramente sólida, suficiente para fazer a caminhada às urnas à frente de uma coligação ampla. Reúne, portanto, as condições para uma campanha bem sucedida. No plano nacional, Flávio Dino poderá ter de assumir o papel de líder, ocupando um espaço criado pelo vácuo de lideranças nessa seara, caso o ex-presidente Lula desmorone de vez. O prestígio e a influência que conquistou ao longo do tempo e que se consolidou quando assumiu a defesa da presidente Dilma Rousseff (PT) contra o impeachment, e em seguida com o apoio que vem dando ao ex-presidente Lula. Dentro e fora da seara governista ninguém hoje duvida que, cedo ou tarde, Flávio Dino liderará a chamada “esquerda democrática” – PT, PCdoB, PDT, entre outros -, podendo ser até candidato a presidente. E é nesse contexto que entra uma improvável, mas possível, candidatura ao Senado, o que o levaria ao plano nacional pela via formal. O fato é que, queira ou não, o governador do Maranhão está no epicentro da crise é visto como solução, o que ficou demonstrado com a notícia de que líderes petistas o sondaram para ser o vice de Lula.
À medida que os fatos nacionais vão se desenrolando, a ex-governadora Roseana Sarney vai acrescentando possibilidade de se fortalecer e pavimentar politicamente sua volta ao Palácio dos Leões. Se o presidente Michel Temer sobreviver, como indicam os sinais, Roseana Sarney terá o suporte pemedebista que precisa para se candidatar. E mesmo a defenestração de Michel Temer e a consequente ascensão do presidente da Câmara Federal, o fluminense Rodrigo Maia (DEM), a ex-governadora poderá ter o suporte que precisa, já que Maia e o pai dele, o ex-prefeito do Rio de Janeiro César Maia (DEM), são muito ligados aos Sarney. É claro que essa montagem passa pelo deputado Juscelino Filho, que preside o DEM no estado, e o deitado estadual Stênio Rezende, mas isso não será obstáculo.
Roseana Sarney sabe que se vier a ser candidata enfrentará dificuldades gigantescas, a começar pelos processos a que responde por cinta de supostos e cabeludos malfeitos praticados no seu Governo e que poderão impor-lhe a pecha de ficha-suja. Além disso, terá de encarar o PT, e eventualmente o próprio Lula como adversário no Maranhão. Além do mais, terá se safar de uma elevada rejeição, de modo a mostrar sua força ao candidato presidencial que vier a representar no Maranhão. Mas como em política tudo é possível, não surpreenderá se Roseana Sarney resolva permanecer “aposentada”.
Como se vê, tanto Flávio Dino quanto Roseana Sarney está com os seus futuros políticos atrelados ao de-presidente Lula e ao presidente Michel Temer ao ex-presidente Lula da Silva, o que torna difícil prevê o desfecho de tudo isso.

0 comentários:

Postar um comentário