quinta-feira, 15 de março de 2018

Zé Reinaldo, o traidor que o Maranhão conhece a cada eleição


Foi bem melhor assim o ex-governador José Reinaldo Tavares ter deixado o grupo do governador Flávio Dino (PCdoB). Antes mesmo do jogo bruto começar de fato, Zé Reinaldo já dava sinais de insatisfação por não ter seu capricho em relação ao senado atendido. Assim, abandonou o barco mostrando que não seria firme o suficiente para apoiar o dinista à reeleição.
O currículo do ex-governador deixa a desejar no quesito credibilidade. Zé Reinaldo diz não confiar na palavra do governador Flávio Dino talvez por ele mesmo saber que não é confiável.
Antes ministro no governo Sarney, vice-governador de Roseana Sarney e eleito com apoio do grupo, rompendo em 2004, ele tenta retornar, aos poucos, para os braços do mesmo grupo que, à época, o acusou de traidor, como o próprio senador José Sarney afirmou em texto publicado no ano de 2006. “Deixa a cadeira de governador que desonrou e vai para a sua insignificância o judas José Reinaldo”, disparou à época.
Assim que começaram as articulações dos partidos para 2018 e Reinaldo rompe com Flávio Dino gritando aos quatro cantos do Maranhão que ele fez o atual governador ser quem é. A contradição e o ressentimento sem razão são tamanhos que o ex membro dinista concedeu longa entrevista ao jornal Pequeno, em 2013, sobre o cenário que elegeria Dino em 2014, quando teceu elogios e atribuiu o futuro sucesso de Flávio nos Palácio dos Leões tão somente ao que ele sempre foi como juiz e deputado federal.
Quando questionado pelo Pequeno sobre quais seriam as chances reais de Flávio Dino ser governador do Maranhão, Zé Reinaldo respondeu enfaticamente:
“Quando o Flávio Dino veio conversar comigo, à época em que eu era o governador em 2006, ele me disse que havia cumprido todo o ciclo, dentro da magistratura, e que como juiz ele ajudava uma pequena parcela da população no Maranhão, que entrava em demanda e que ele podia ajudar. Eu via nele aquele líder carismático, o estadista que o Maranhão estava precisando. O homem que veio da política estudantil e que se acostumou a fazer justiça. Aquilo estava e está imbuído nele. E o Maranhão precisa muito de justiça nas ações do governo”, disse.
E continuou, entusiasmado:
“Eu ia à Câmara Federal e todo mundo me falava dele. Ele ficou conhecido no Brasil inteiro. E hoje todo mundo sabe quem é o Flávio Dino. Eu sempre o incentivei a concorrer às eleições aqui – para prefeito e para governador. De forma que com ele foi criada, durante todo esse tempo, pela própria presença dele na política, essa urgência que hoje a população tem pela renovação, pela mudança. Quem encarna isso, a única pessoa que eu vejo que realmente hoje encarna isso no Maranhão é Flávio Dino”, finalizou.
Agora, este mesmo elogio vira, em recente entrevista a Benedito Buzar, um questionamento quanto ao caráter do governador Flávio Dino. Ora, que conveniente mudança de opinião, para não dizer mero cinismo de Zé Reinaldo.
Sem fidelidade partidária, ele tenta voltar para o ninho sarneyzista (no momento sem sucesso por conta de ressentimentos de Roseana Sarney), enquanto é rejeitado pelo DEM e, ao mesmo tempo articulando ir para o PSDB com Roberto Rocha, este que também é conhecido por ser traidor e um dia foi criticado por Zé Reinaldo justamente por isto.
O que não falta são motivos para Zé Reinaldo não voltar ao projeto do atual governador do Maranhão. Mas não por culpa de Flávio que, aliás está muito bem, obrigado, mas pela própria inconsistência e falta de fidelidade do ex-governador, há muito tempo sem partido algum.
Blog do Kiel Martins

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